Government to reduce Beira
In
an obvious attempt to curb the influence of Daviz Simango, MDM
presidential candidate and popular mayor of Beira, the government says
it will reduce Beira to one-third its size, taking away 13 or 18 of the
26 neighbourhoods and placing them under administrators appointed by
central government.
Although Mozambique has decentralised power
to 53 municipalities, the remaining two-thirds of the country is run by
district administrators appointed by central government.
Decentralization has expanded under the present government, but in
parallel with increasing central control. Cities have "representatives"
of the central government and permanent secretaries have been appointed
at most levels of government with an explicitly political role.
The
plan was given to the mayor Wednesday 11 June by Joe Cuela Antonio,
state representative in Beira, and Claudina Mazolo, permanent secretary
of Sofala. Mazolo, toldNoticias that the split would definitely take place this year.
Beira
is the country's fourth largest city. Based on registration for local
elections last year, the largest cities, in order, are 1. Maputo, 2.
Matola, 3. Nampula, 4. Beira, 5. Chimoio,
6. Tete, 7. Quelimane, and
8 Nacala. Nampula, Beira and Quelimane have MDM mayors and assembly
majorities. The others are governed by Frelimo.
Saturday, June 21, 2014
Thursday, June 19, 2014
Nos nao fomos libertados, fomos aprisionados! Profesor Justino Mario de Andrade
Angola
"Nós angolanos não fomos libertados, fomos aprisionados," diz Justino
Pinto de Andrade
Em entrevista à DW África, Justino Pinto de Andade faz um balanço da
independência de Angola, dos sonhos na luta pela libertação e dos 40
anos do 25 de abril. Também relembra a vida na prisão do Tarrafal, em
Cabo Verde.
[http://www.dw.de/image/0,, 17670362_303,00.jpg]<http:// www.dw.de/n%C3%B3s-angolanos- n%C3%A3o-fomos-libertados- fomos-aprisionados-diz- justino-pinto-de-andrade/a- 17662827>
A Revolução dos Cravos pôs fim à ditadura em Portugal. Também para as
colônias, o 25 de Abril de 1974 criou o caminho para a liberdade. Para
Angola, foi a pólvora inicial de uma guerra civil, que duraria 30
anos.
À frente da Luta de Libertação estava Justino Pinto de Andrade, na
época um estudante de medicina que trocou a universidade pela
ideologia de viver numa nação independente. Depois de passar oito anos
preso e ter vivido por dois anos como deportado político, ele é
atualmente presidente do Bloco Democrático, partido na oposição, e
professor da Universidade Católica de Angola.
Nesta entrevista concedida à DW África em Luanda, Justino Pinto de
Andrade revela como deixou a universidade para se tornar um
revolucionário, seus sonhos na juventude e o que pensa de seu país
atualmente.
DW África: Onde estava no dia 25 de Abril de 1974?
Justino Pinto de Andrade: Eu estava em Cabo Verde como preso político.
E já estava preso há cerca de cinco anos na cadeia do Tarrafal. Tomei
conhecimento do 25 de Abril não propriamente no 25 de abril, mas uma
semana depois. Durante aquela semana, fez-se completo silêncio sobre o
que se estava a passar em Portugal. Foi apenas no dia 1 de maio que
nós, os presos do Tarrafal, fomos avisados que tinha havido um golpe
de Estado em Portugal, que ficou conhecido como a "Revolução dos
Cravos". Foi neste dia também que nós saímos da cadeia.
DW África: Ainda se lembra do dia em que recebeu esta notícia, de que
um golpe de Estado havia trocado o poder em Portugal?
JPA: Era a primeira vez, naqueles anos todos, que nós ouvíamos o
barulho, as vozes da população do lado de fora do campo [do Tarrafal].
Nomeadamente: Viva a independência! Viva Angola! Viva Guiné! Viva Cabo
Verde! Viva FRELIMO! Viva PAIGC! Viva MPLA! Então, percebemos que
alguma coisa teria acontecido relativamente a nós.
[http://www.dw.de/image/0,, 17662396_401,00.jpg]<http:// www.dw.de/n%C3%B3s-angolanos- n%C3%A3o-fomos-libertados- fomos-aprisionados-diz- justino-pinto-de-andrade/a- 17662827>
Justino Pinto de Andrade cumpria pena na prisão do Tarrafal (foto), em
Cabo Verde, quando soube da troca de poder em Portugal no dia 25 de
abril de 1974
DW África: A informação sobre a troca de poder foi dada pelo diretor
do Tarrafal. Ainda se lembra do que ele disse?
JPA: Disse-nos que tinha havido uma mudança de Governo. "O professor
Marcelo Caetano abdicou do cargo de presidente do Conselho de
Ministros," palavras dele, "e então uma junta militar assumiu o poder
em Portugal." Perguntei ao diretor do campo: "Foi uma passagem entre
amigos, ou foi, como geralmente chamamos, golpe de Estado?" E então, a
expressão que o diretor do campo usou foi: "Não, não, não, não. Golpe
de Estado, não! Golpe de Estado, isso é em África!"
DW África: Conte-nos sobre como Justino Pinto de Andrade, na época um
estudante de medicina, foi preso em Luanda e depois levado para a
prisão do Tarrafal, em Cabo Verde!
JPA: Nós pertencíamos a um grupo clandestino. Chamávamos o Comité
Regional de Luanda - CRL - do MPLA [Movimento Popular de Libertação de
Angola], e nós éramos os líderes desse comité regional. Fomos presos
pela PIDE [Polícia Internacional e de Defesa do Estado], ao fim de
diversos atos de perseguição pela polícia política portuguesa. Eu fui
condenado a oito anos de cadeia, com hipótese de prorrogação do prazo
sob a forma de medidas de segurança. Fiquei cerca de cinco anos preso.
Eu tinha 21 anos quando fui preso e tinha 22 anos quando fui para o
Tarrafal.
[http://www.dw.de/static/ stills/images/vdt_br/2014/ bbra140617_014_40anosjustino_ 01i.jpg]
Vídeo da entrevista com Justino Pinto de Andrade (Flash)
DW África: Ouvi dizer que para se comunicarem, os presos criaram uma
rádio dentro da prisão do Tarrafal. Como funcionava a troca
clandestina de notícias?
JPA: Havia um buraco no banheiro. E era neste buraco que colocávamos a
nossa correspondência e onde íamos recolher a correspondência deixada
pelos outros companheiros. Era assim que nós nos informávamos sobre
quem estava nas outras casernas, há quanto tempo estava, quantos anos
tinha apanhado de cadeia, a que família pertencia, em que região de
Angola tinha nascido. Portanto, essa correspondência permitia-nos nos
conhecermos sem, contudo, termos uma relação pessoal e direta.
DW África: O que lhe marcou na vida do dia-a-dia na prisão do Tarrafal?
JPA: Eu, um jovem de 22 ou 23 anos, estudante universitário, filho de
uma família considerada e respeitada, a ver aqueles homens de origem
humilde, camponeses, homens que foram presos nas zonas rurais, que
viram as suas aldeias serem incendiadas, eles contávam-me isso.
Recordo-me deles sempre com muito carinho, com muita saudade. É a
imagem mais simbólica que tenho é dos meus companheiros, que não iriam
usufruir nada com a independência porque eles eram homens poucos,
homens simples. Quando procuro saber o que era feito deles, e saber
que o Fulano morreu assim, o Ciclano morreu assado e morreram todos
assim, violentamente. Para mim é a imagem mais triste.
[http://www.dw.de/image/0,, 17436744_401,00.jpg]<http:// www.dw.de/n%C3%B3s-angolanos- n%C3%A3o-fomos-libertados- fomos-aprisionados-diz- justino-pinto-de-andrade/a- 17662827>
Avião do tipo Fiat G-91/R4 usado pela Força Aérea portuguesa na guerra
colonial em Angola (imagem tirada no Museu do Ar em Sintra, Portugal)
DW África: Na sua opinião, o que a Revolução dos Cravos significou para Angola?
JPA: A ideia que nós tínhamos, era de que a luta [de libertação]
estava a desenvolver-se. Afinal, não era assim. Pelos vistos, os
Movimentos de Libertação viviam momentos difíceis aqui em Angola
durante a luta e o 25 de Abril permitiu uma viragem que depois
conduziu à independência. É evidente que eu, durante aqueles anos, à
medida em que os anos foram passando, fui percebendo que as coisas
estavam difíceis. Tínhamos a ideia de que os companheiros continuavam
a progredir no terreno, que a tropa portuguesa estava numa situação
difícil e, depois, quando venho [para Angola], e começo a ouvir as
pessoas falarem e a ler a informação que me é dada, digo, afinal nós
estávamos numa situação difícil. Portanto, eu saísse de lá da cadeia
com muitos anos de idade e não com 26 [anos] como saí.
DW África: Sr. Justino Pinto de Andrade, como avalia o seu próprio
papel na luta de libertação em Angola?
JPA: O papel típico de um jovem naquela época que ambicionava não ser
colonizado e, por isso mesmo, sentia a obrigação de contribuir para o
derrube do regime colonial. Eu, pessoalmente, não me sentia em
condições de continuar a viver na condição de colonizado. Eu achava
que a condição de colonizado, para além de tudo, também era
humilhante. Por isso mesmo, decidi envolver-me de forma séria no
processo da luta de libertação nacional.
DW África: E hoje, quase 40 anos depois da independência, como olha
para o seu país?
JPA: Olho com um misto de alegria, por um lado, porque fomos
independentes. Por outro lado, com um misto de tristeza, porque não
foi isso que nós pensamos que iria acontecer. Embora deva dizer que,
quando estava na cadeia e convivia com presos angolanos provenientes
de várias origens, percebi que o processo pós-independência iria ser
complicado, que iríamos ter conflitos entre nós.
[http://www.dw.de/image/0,, 17184999_401,00.jpg]<http:// www.dw.de/n%C3%B3s-angolanos- n%C3%A3o-fomos-libertados- fomos-aprisionados-diz- justino-pinto-de-andrade/a- 17662827>
Exposição em Berlim sobre a solidariedade entre a República
Democrática da Alemanha (RDA) e Angola (foto de 1977). Justino Pinto
de Andrade acha que depois da independência de Angola, faltou um
desenvolvimento para todos. "Afinal, muitos dos nossos companheiros
queriam apenas a independência," critica.
DW África: O que tinha sonhado para Angola que não vê acontecer no seu país?
JPA: Eu pensava num país que iria aproveitar todo o seu potencial
material e humano, que iria desenvolver processos de solidariedade que
permitisse um desenvolvimento para todos, mais equilibrado, mais
abrangente. Hoje, sinto que, afinal, muitos dos nossos companheiros
queriam apenas a independência. De tal maneira que quando viemos para
Angola, o que aconteceu foi que nos matamos uns aos outros. Eu sou um
sobrevivente, porque grande parte dos meus companheiros morreu.
DW África: Então se os ideais não se cumpriram, o que a independência
trouxe para Angola?
JPA: Teoricamente trouxe o poder para os angolanos e isso já é uma boa
conquista. Mas nós sentimos que este poder não foi bem usado, porque
afinal temos angolanos que oprimem outros angolanos e de forma, às
vezes, até mais violenta do que aquela que era feita pelos
portugueses. A violência que eu assisti na cadeia pós-independência em
nada se compara com aquilo que eu assisti no período colonial. E isso
para mim é muito chocante. Sobretudo porque eu vi companheiros meus da
luta de libertação a irem ser fuzilados e eles não mereciam ser
fuzilados.
DW África: Na sua opinião, qual significado tem o fato de Angola ter
sido a última colônia a se tornar independente?
JPA: O colonialismo português tinha um engajamento económico, social e
também político maior do que aquele que tinha nas outras colónias
portuguesas dada a extensão de Angola, dada também a riqueza potencial
que Angola possuía. E isso fazia com que os portugueses não aceitassem
entregar de mão beijada a sua jóia da coroa. Por outro lado também,
deveu-se ao fato de o processo da luta de libertação em Angola ter
sido um processo mais complexo e o poder colonial teria que dialogar,
negociar com os diversos interlocutores que se apresentavam no
terreno.
[http://www.dw.de/i/audio-gr- 3sp.gif]
Ouvir a entrevista a Justino Pinto de Andrade
DW África: Em que medida a luta pela independência é instrumentalizada
e usada para legitimar o poder de grupos e pessoas específicas em
Angola?
JPA: Não têm outra forma de legitimar o poder. O único argumento que
têm para legitimar o poder que têm é ter lutado pela independência. O
processo de luta pela independência, no fundo, transformou os
angolanos em prisioneiros deste poder. Nós não fomos libertados, fomos
aprisionados. Aqueles que ganharam utilizam o país como se fosse uma
conquista de guerra, um troféu. Sinto que há aqui uma pessoalização do
poder. Uma pessoalização que depois querem transferir para os seus
descendentes, ficando sempre no mesmo círculo.
DW África: Diante de todos os esforços que fez pela independência,
seus ideias, sua luta, as dificuldades que enfrentou, valeu a pena?
JPA: Só o fato de nunca me sentir bem na condição de colonizado faz-me
assumir como tendo valido a pena deixar de ser colonizado. Mas não me
sinto bem como escravo de um poder totalitário como esse. Penso que
nós merecíamos melhor. Eles portam-se selvaticamente contra as
pessoas. Usam os órgãos de defesa e segurança sem qualquer limite e
penso que este é o grande mal do pós-independência.
DW África: Ficou alguma ferida aberta?
JPA: Não é um ferida aberta verdadeiramente. É algum desencanto.
Sobretudo, no fundo, o que me custa é saber que perdi, durante a luta,
amigos e companheiros que sonharam como eu sonhei com um país melhor,
deram a sua vida para nos libertarmos e hoje temos quem aprisionou o
país.
Saudações
"Nós angolanos não fomos libertados, fomos aprisionados," diz Justino
Pinto de Andrade
Em entrevista à DW África, Justino Pinto de Andade faz um balanço da
independência de Angola, dos sonhos na luta pela libertação e dos 40
anos do 25 de abril. Também relembra a vida na prisão do Tarrafal, em
Cabo Verde.
[http://www.dw.de/image/0,,
A Revolução dos Cravos pôs fim à ditadura em Portugal. Também para as
colônias, o 25 de Abril de 1974 criou o caminho para a liberdade. Para
Angola, foi a pólvora inicial de uma guerra civil, que duraria 30
anos.
À frente da Luta de Libertação estava Justino Pinto de Andrade, na
época um estudante de medicina que trocou a universidade pela
ideologia de viver numa nação independente. Depois de passar oito anos
preso e ter vivido por dois anos como deportado político, ele é
atualmente presidente do Bloco Democrático, partido na oposição, e
professor da Universidade Católica de Angola.
Nesta entrevista concedida à DW África em Luanda, Justino Pinto de
Andrade revela como deixou a universidade para se tornar um
revolucionário, seus sonhos na juventude e o que pensa de seu país
atualmente.
DW África: Onde estava no dia 25 de Abril de 1974?
Justino Pinto de Andrade: Eu estava em Cabo Verde como preso político.
E já estava preso há cerca de cinco anos na cadeia do Tarrafal. Tomei
conhecimento do 25 de Abril não propriamente no 25 de abril, mas uma
semana depois. Durante aquela semana, fez-se completo silêncio sobre o
que se estava a passar em Portugal. Foi apenas no dia 1 de maio que
nós, os presos do Tarrafal, fomos avisados que tinha havido um golpe
de Estado em Portugal, que ficou conhecido como a "Revolução dos
Cravos". Foi neste dia também que nós saímos da cadeia.
DW África: Ainda se lembra do dia em que recebeu esta notícia, de que
um golpe de Estado havia trocado o poder em Portugal?
JPA: Era a primeira vez, naqueles anos todos, que nós ouvíamos o
barulho, as vozes da população do lado de fora do campo [do Tarrafal].
Nomeadamente: Viva a independência! Viva Angola! Viva Guiné! Viva Cabo
Verde! Viva FRELIMO! Viva PAIGC! Viva MPLA! Então, percebemos que
alguma coisa teria acontecido relativamente a nós.
[http://www.dw.de/image/0,,
Justino Pinto de Andrade cumpria pena na prisão do Tarrafal (foto), em
Cabo Verde, quando soube da troca de poder em Portugal no dia 25 de
abril de 1974
DW África: A informação sobre a troca de poder foi dada pelo diretor
do Tarrafal. Ainda se lembra do que ele disse?
JPA: Disse-nos que tinha havido uma mudança de Governo. "O professor
Marcelo Caetano abdicou do cargo de presidente do Conselho de
Ministros," palavras dele, "e então uma junta militar assumiu o poder
em Portugal." Perguntei ao diretor do campo: "Foi uma passagem entre
amigos, ou foi, como geralmente chamamos, golpe de Estado?" E então, a
expressão que o diretor do campo usou foi: "Não, não, não, não. Golpe
de Estado, não! Golpe de Estado, isso é em África!"
DW África: Conte-nos sobre como Justino Pinto de Andrade, na época um
estudante de medicina, foi preso em Luanda e depois levado para a
prisão do Tarrafal, em Cabo Verde!
JPA: Nós pertencíamos a um grupo clandestino. Chamávamos o Comité
Regional de Luanda - CRL - do MPLA [Movimento Popular de Libertação de
Angola], e nós éramos os líderes desse comité regional. Fomos presos
pela PIDE [Polícia Internacional e de Defesa do Estado], ao fim de
diversos atos de perseguição pela polícia política portuguesa. Eu fui
condenado a oito anos de cadeia, com hipótese de prorrogação do prazo
sob a forma de medidas de segurança. Fiquei cerca de cinco anos preso.
Eu tinha 21 anos quando fui preso e tinha 22 anos quando fui para o
Tarrafal.
[http://www.dw.de/static/
Vídeo da entrevista com Justino Pinto de Andrade (Flash)
DW África: Ouvi dizer que para se comunicarem, os presos criaram uma
rádio dentro da prisão do Tarrafal. Como funcionava a troca
clandestina de notícias?
JPA: Havia um buraco no banheiro. E era neste buraco que colocávamos a
nossa correspondência e onde íamos recolher a correspondência deixada
pelos outros companheiros. Era assim que nós nos informávamos sobre
quem estava nas outras casernas, há quanto tempo estava, quantos anos
tinha apanhado de cadeia, a que família pertencia, em que região de
Angola tinha nascido. Portanto, essa correspondência permitia-nos nos
conhecermos sem, contudo, termos uma relação pessoal e direta.
DW África: O que lhe marcou na vida do dia-a-dia na prisão do Tarrafal?
JPA: Eu, um jovem de 22 ou 23 anos, estudante universitário, filho de
uma família considerada e respeitada, a ver aqueles homens de origem
humilde, camponeses, homens que foram presos nas zonas rurais, que
viram as suas aldeias serem incendiadas, eles contávam-me isso.
Recordo-me deles sempre com muito carinho, com muita saudade. É a
imagem mais simbólica que tenho é dos meus companheiros, que não iriam
usufruir nada com a independência porque eles eram homens poucos,
homens simples. Quando procuro saber o que era feito deles, e saber
que o Fulano morreu assim, o Ciclano morreu assado e morreram todos
assim, violentamente. Para mim é a imagem mais triste.
[http://www.dw.de/image/0,,
Avião do tipo Fiat G-91/R4 usado pela Força Aérea portuguesa na guerra
colonial em Angola (imagem tirada no Museu do Ar em Sintra, Portugal)
DW África: Na sua opinião, o que a Revolução dos Cravos significou para Angola?
JPA: A ideia que nós tínhamos, era de que a luta [de libertação]
estava a desenvolver-se. Afinal, não era assim. Pelos vistos, os
Movimentos de Libertação viviam momentos difíceis aqui em Angola
durante a luta e o 25 de Abril permitiu uma viragem que depois
conduziu à independência. É evidente que eu, durante aqueles anos, à
medida em que os anos foram passando, fui percebendo que as coisas
estavam difíceis. Tínhamos a ideia de que os companheiros continuavam
a progredir no terreno, que a tropa portuguesa estava numa situação
difícil e, depois, quando venho [para Angola], e começo a ouvir as
pessoas falarem e a ler a informação que me é dada, digo, afinal nós
estávamos numa situação difícil. Portanto, eu saísse de lá da cadeia
com muitos anos de idade e não com 26 [anos] como saí.
DW África: Sr. Justino Pinto de Andrade, como avalia o seu próprio
papel na luta de libertação em Angola?
JPA: O papel típico de um jovem naquela época que ambicionava não ser
colonizado e, por isso mesmo, sentia a obrigação de contribuir para o
derrube do regime colonial. Eu, pessoalmente, não me sentia em
condições de continuar a viver na condição de colonizado. Eu achava
que a condição de colonizado, para além de tudo, também era
humilhante. Por isso mesmo, decidi envolver-me de forma séria no
processo da luta de libertação nacional.
DW África: E hoje, quase 40 anos depois da independência, como olha
para o seu país?
JPA: Olho com um misto de alegria, por um lado, porque fomos
independentes. Por outro lado, com um misto de tristeza, porque não
foi isso que nós pensamos que iria acontecer. Embora deva dizer que,
quando estava na cadeia e convivia com presos angolanos provenientes
de várias origens, percebi que o processo pós-independência iria ser
complicado, que iríamos ter conflitos entre nós.
[http://www.dw.de/image/0,,
Exposição em Berlim sobre a solidariedade entre a República
Democrática da Alemanha (RDA) e Angola (foto de 1977). Justino Pinto
de Andrade acha que depois da independência de Angola, faltou um
desenvolvimento para todos. "Afinal, muitos dos nossos companheiros
queriam apenas a independência," critica.
DW África: O que tinha sonhado para Angola que não vê acontecer no seu país?
JPA: Eu pensava num país que iria aproveitar todo o seu potencial
material e humano, que iria desenvolver processos de solidariedade que
permitisse um desenvolvimento para todos, mais equilibrado, mais
abrangente. Hoje, sinto que, afinal, muitos dos nossos companheiros
queriam apenas a independência. De tal maneira que quando viemos para
Angola, o que aconteceu foi que nos matamos uns aos outros. Eu sou um
sobrevivente, porque grande parte dos meus companheiros morreu.
DW África: Então se os ideais não se cumpriram, o que a independência
trouxe para Angola?
JPA: Teoricamente trouxe o poder para os angolanos e isso já é uma boa
conquista. Mas nós sentimos que este poder não foi bem usado, porque
afinal temos angolanos que oprimem outros angolanos e de forma, às
vezes, até mais violenta do que aquela que era feita pelos
portugueses. A violência que eu assisti na cadeia pós-independência em
nada se compara com aquilo que eu assisti no período colonial. E isso
para mim é muito chocante. Sobretudo porque eu vi companheiros meus da
luta de libertação a irem ser fuzilados e eles não mereciam ser
fuzilados.
DW África: Na sua opinião, qual significado tem o fato de Angola ter
sido a última colônia a se tornar independente?
JPA: O colonialismo português tinha um engajamento económico, social e
também político maior do que aquele que tinha nas outras colónias
portuguesas dada a extensão de Angola, dada também a riqueza potencial
que Angola possuía. E isso fazia com que os portugueses não aceitassem
entregar de mão beijada a sua jóia da coroa. Por outro lado também,
deveu-se ao fato de o processo da luta de libertação em Angola ter
sido um processo mais complexo e o poder colonial teria que dialogar,
negociar com os diversos interlocutores que se apresentavam no
terreno.
[http://www.dw.de/i/audio-gr-
Ouvir a entrevista a Justino Pinto de Andrade
DW África: Em que medida a luta pela independência é instrumentalizada
e usada para legitimar o poder de grupos e pessoas específicas em
Angola?
JPA: Não têm outra forma de legitimar o poder. O único argumento que
têm para legitimar o poder que têm é ter lutado pela independência. O
processo de luta pela independência, no fundo, transformou os
angolanos em prisioneiros deste poder. Nós não fomos libertados, fomos
aprisionados. Aqueles que ganharam utilizam o país como se fosse uma
conquista de guerra, um troféu. Sinto que há aqui uma pessoalização do
poder. Uma pessoalização que depois querem transferir para os seus
descendentes, ficando sempre no mesmo círculo.
DW África: Diante de todos os esforços que fez pela independência,
seus ideias, sua luta, as dificuldades que enfrentou, valeu a pena?
JPA: Só o fato de nunca me sentir bem na condição de colonizado faz-me
assumir como tendo valido a pena deixar de ser colonizado. Mas não me
sinto bem como escravo de um poder totalitário como esse. Penso que
nós merecíamos melhor. Eles portam-se selvaticamente contra as
pessoas. Usam os órgãos de defesa e segurança sem qualquer limite e
penso que este é o grande mal do pós-independência.
DW África: Ficou alguma ferida aberta?
JPA: Não é um ferida aberta verdadeiramente. É algum desencanto.
Sobretudo, no fundo, o que me custa é saber que perdi, durante a luta,
amigos e companheiros que sonharam como eu sonhei com um país melhor,
deram a sua vida para nos libertarmos e hoje temos quem aprisionou o
país.
Saudações
Friday, June 13, 2014
Avis a Imprensa: Visita do Embaixador da Republica Federal da Alemanha a Quelimane
Conselho Municipal da Cidade de Quelimane
Gabinete de Comunicação e Imagem
AVISO A IMPRENSA
Assunto: Visita do Embaixador da Alemanha a Cidade de Quelimane
Quem: Embaixador da Alemanha
Philipp Schauer
Onde: Cidade de Quelimane
Quando: Domingo dia 15 de Junho de 2014 a partir das 15:30H (No Aeroporto de Quelimane)
Segunda-Feira dia 16 de Junho de 2014 a partir das 9:45H (No Bairro de Icídua)
O quê: Visita de trabalho
Porquê: No ambito da parceria entre a Embaixada da Alemanha e o Conselho Municipal de Quelimane, nas áreas de infrastruturas, água e saneamento do meio, que beneficiou o Bairro de Icídua na construção de sanitários e furos de água, o Embaixador e a Edilidade farão uma visita para a inauguração dos mesmos.
De: Este aviso á imprensa foi emitido pelo Gabinete de Cominucação e Imagem do Conselho Municipal de Quelimane Contactos: Arcénio Alculete (846151225), António De Almeida (847551040) e Dércio Daniane
(824004849)
E-mail: cmcqgp@gmail.com
Entrevistas: Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Quelimane e Embaixador da Alemanha.
Gabinete de Comunicação e Imagem
AVISO A IMPRENSA
Assunto: Visita do Embaixador da Alemanha a Cidade de Quelimane
Quem: Embaixador da Alemanha
Philipp Schauer
Onde: Cidade de Quelimane
Quando: Domingo dia 15 de Junho de 2014 a partir das 15:30H (No Aeroporto de Quelimane)
Segunda-Feira dia 16 de Junho de 2014 a partir das 9:45H (No Bairro de Icídua)
O quê: Visita de trabalho
Porquê: No ambito da parceria entre a Embaixada da Alemanha e o Conselho Municipal de Quelimane, nas áreas de infrastruturas, água e saneamento do meio, que beneficiou o Bairro de Icídua na construção de sanitários e furos de água, o Embaixador e a Edilidade farão uma visita para a inauguração dos mesmos.
De: Este aviso á imprensa foi emitido pelo Gabinete de Cominucação e Imagem do Conselho Municipal de Quelimane Contactos: Arcénio Alculete (846151225), António De Almeida (847551040) e Dércio Daniane
(824004849)
E-mail: cmcqgp@gmail.com
Entrevistas: Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Quelimane e Embaixador da Alemanha.
Friday, June 6, 2014
Convite

Concelho Municipal
PRESIDENTE
AV. Josina Machel nº558, Caixa Postal nº 68, telefax: +24213218, email: cmcqgp@gmail.com-
Cidade de Quelimane.
Convite
Excelência,
Em nome do Conselho
Municipal da Cidade de Quelimane, dos seus munícipes e em meu nome pessoal,
apresento a V.Excia, os meus mais respeitosos cumprimentos.
O Conselho Municipal
da Cidade tem a honra de convidar a V. Excia a participar na cerimónia de
lançamento do livro da pesquisa sobre “Os Ritos de Iniciação” conduzida em
cinco províncias do Pais, que contará com a presença da co-autora
do livro Dra. Maria da Conceição Gabão Osório. O lançamento terá lugar no dia 17 de Junho, terça-feira,
ás ----- horas, no Salão Nobre do Conselho Municipal.
A
Sua presença será digna do nosso maior apreço.
Quelimane, 5 de Junho de 2014
O PRESIDENTE,
Manuel de Araújo
Tuesday, June 3, 2014
Municipio de Quelimane promove Feira da Mulher
No âmbito da promoção e empoderamento da
mulher, o Governo Municipal de Quelimane atraves da vereação da Mulher, Educacao, Saude e Accao Social, organizou uma Feira
da Mulher no dia 31 de Maio do ano em curso, no intuito de despertar à
cidade e a sociedade moçambicana, sobre os valores que a sociedade reserva na pessoa da mulher.
A mulher, na optica os organizaores nao deve apenas ser vista apenas como aquela que traz ao
mundo vidas humanas e cuida dos serviços domésticos, mas também
aquela que se empenha nos destinos de toda uma família e luta para que
sejam observados os direitos fundamentais da pessoa humana, na promoção
da liberdade política, na paz, na justiça e na democracia, elementos que
não poucas vezes se vêm coartados na sociedade moçambicana.
A Feira, que decorreu sob lema " Mulher na Conquista do Poder e da
Democracia" iniciou aonm um desfile que partiu da Praça dos Herois as 7.30 em direcção ao
campo de Chirangano.
Estavam presentes perto de 300 mulheres,
representando os cinco Postos Administrativos, organizadas em grupos de
várias actividades a saber: vendedeiras de nipipa, grupos culturais,
futebol 11 e artistas que abrilhantaram o evento. Fizeram se presentes na Feira as seguintes associações: NAFEZA, AMODEFA e a Direccao Provincial da Mulher e Accao Social (DPMAS). A NAFEZA e a DPMAS proferiram palestras alusivas ao tema.
Monday, June 2, 2014
‘Mocambique impressiona ministra finlandesa da justica’ numa altura em que regime moçambicano esta com saudades da astúcia da PIDE, KGB e do STASI
‘Mocambique
impressiona ministra finlandesa da justica’
numa altura em que regime moçambicano esta com saudades da astúcia da
PIDE, KGB e do STASI
Atraves uma sms do Professor Luis
de Brito, actual Director do IESE, fiquei a saber que o IESE, a mais reputada
organizaçao de investigação científica independente no país, foi notificada
pela APIE para num prazo de 15 dias abandonar o edifício onde tem os seus
escritórios e com contrato de arrendamento assinado com a SOCIMO. Na altura fiquei
sem perceber como e que o IESE poderia ter assinado um contracto de
arrendamento com uma instituição não proprietária do imóvel? O meu sexto
sentido me preparava para algo sinistro, porque a historia ‘nao batia’! Como
agiria a APIE para reaver os rendimentos ilícitos ganhos pela SOCIMO pelo
arrendamento de um edifício cujo proprietário é a APIE? Porque este acordar ‘de
repente’ da APIE? Alias ha dias, um amigo que pagava uma renda acordada ha anos
na casa dos mil dolares mes, tambem recebeu uma carta da APIE subindo-a para
seis mil dolares mes! E a esposa, com quem esta casada, ha meses que espera
pacientemente pela renovacao do visto de trabalho, ‘alegadamente’ porque tem um
cunhado na oposicao! Quando explorava
estas questões, fiquei surpreendido porque um dos membros fundadores do IESE foi
notificado para aparecer na PGR, acusado de crime contra a segurança do Estado.
Veja-se que o IESE e seus colaboradores têm contribuído para a análise da
política pública e social e da governação,com incidência nas problemáticasda
pobreza, política e planeamento público, cidadania, participação política,
governação e contexto internacional do desenvolvimento em Moçambique. Seriam
estas linhas de pesquisa razão de desconforto causado ao regime político
vigente?
E isto acontece numa semana em
que a Ministra da Justica Benvinda Levi e seus lacaios entenderam fazer uma
interpretacao rigorosa e restrita da Lei, com o objectivo claro de dificultar
os partidos da oposicao na recolha de assinaturas para o apoio as suas
candidaturas, so porque a Comissao Politica decidira que desta vez o candidato
da Frelimo deveria ser o primeiro a apresentar a sua candidatura ao Conselho
Constitucional, coisa que aparentemente ha anos nao conseguia fazer! Quer
dizer, aquilo que as quatro matronas da Frelimo (Veronica Macamo, Margarida Talapa, Carmelita
Namashulua e Esperanca Bias) vieram ao publico celebrar, nao passava afinal de contas do fruto de uma
batota! Que vergonha! Que moral transmitem aos seus netos? (Sabemos ja que de
moral os filhos nada herdaram das maes)!
Entretanto,
enquanto reflectia sobre os contorrnos da coincidência e suas implicações no
concernente aos princípios e valores das liberdades democráticas que estamos
construindo, chega-me as mãos um documento (auto 17/2014 de 21 de Marco de
2014) no qual sou convocado para responder no Tribunal Distrital de Gurué por
um assunto relacionado com as eleições Autárquicas de Novembro de 2013. Estava
assim perante mais uma coincidência com tres denominadores. O primeiro, é que
transparece haver muito trabalho jurídico a decorrer, quando faltam poucos dias
para as eleições. O segundo é que o dia 26/05/14 é a data na qual tanto eu como
o membro fundador do IESE fomos convocados para apresentar nas instituições da
justiça. Terceiro era que seis instituicoes (Ministerio a (in)justica, os
Servicos o Notariado, a APIE (em duas ocasioes), o ministerio o trabalho, a
PGR, e o Tribunal o Gurue) eram usados pelo partio no poer para molestar,
intimidar ou privar os direitos de cidadaos criticos ao Todo Poderoso! Será uma
mera coincidência ocasional de factos? Ou existirá um plano apetrechado para
asfixiar as liberdades políticas já conseguidas no país, abandonar os ganhos
conquistados nos últimos anos da consolidação da democracia e revisitar saudosamente
um moribundo regime militar, totalitário, autoritários, já desacreditado e
abandonado pela história da humanidade? Senti na altura que estamos diante de
um regime político com uma lógica de actuação semelhante a da PIDE, KGB e do
STASI.
Por isso, para os factos é importante
analisarmos, de forma comparativa, a forma de actuação de dois diferentes regimes
políticos experimentados pela humanidade: a democracia e o liberalismo, de um
lado; o militarismo, o autoritarismo e o totalitarismo, de outro lado. A
principal diferença destes regimes reside na forma como se relacionam com os
actores existentes no sistema político, sejam eles partidos políticos,
instituições públicas, privadas ou sociedade civil. Nos regimes democráticos e
liberais, a elite política aceita as liberdades individuais e respeita os
princípios e a prática do multipartidarismo, internalizando e externalizandoos valores
e comportamentos associados à responsabilização, à tolerância e ao respeito. Nos
regimes democráticos, as fronteiras entre os partidos políticos e o Estado estão
delimitadas, as instituições da justiça são equilibradas, neutras e
impermeáveis a manipulações da elite dirigente. Neles respeita-sea independência
e a liberdade de pensamento, porque estes valores são entendidos como vitalizadores nao so da economia, como da política e da
vida em sociedade.
Entretanto, nos regimes
militares, totalitários, autoritários, e ditatoriais existem líderes ditadores,
e normalmente, as leis e as constituições são suspensas ou entao so sao para
‘ingles ou doador, ver’. A elite política pouco se preocupa pela sua
legitimidade por isso, é sustentada com um batalhão de colaboradores agressivos
e violentos que se comportam como se fossem omnipotentes. A oposição política
não é vista como um subsistema vitalizador da democracia, mas sim, como o
agente do inimigo que deve ser abatida. A imprensa e manipulada e pseudo
–analistas sao contratados para intoxicar a opiniao publica como o fazem os G40
e os meus amigos Amorim Bila e Gustavo Mavie!
Moçambique é constitucionalmente
consagrado como sendo um país democrático. No entanto, o mais recente contexto
político revela existirem características similares dos regimes militares,
totalitários autoritários, o que contraria a lógica constitucional. Nos últimos
dias é visível que o país tende a adoptar as tácticas de intimidação,
repressão, perseguição, da tortura e ate de guerra (ver a situacao em
Morothone, Mocuba, Gorongosa, Maringue, Muchungue) contra os actores políticos
e académicos moçambicanos. Esta lógica de actuação que ressurge em Moçambique, foi
adoptada no passado pelos instrumentos dos regimes mais brutais do mundo como:
a Polícia Internacional de Defesa do Estado (PIDE), a Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti (KGB),
ou mesmo pela Ministerium für Staatssicherheit (STASI)
que através da imersão
em água da cabeça da pessoa interrogada, com simulação de afogamento, o
internamento perpétuo de prisioneiros sem culpa formada nem direito a
julgamento, à criação de centros de interrogatório e tortura, a construção de
campos de tortura e de morte, colocaram
a dor e a vida humana no seu limite. Os campos de reeducacao e a execucao
sumaria na ex-URSS, Vietname, Laos, Cambodje e Mocambique sao o denominador
comum!
Estes métodos utilizados no
passado por aqueles instrumentos de repressão sustentados pelos regimes
militares, totalitários autoritários continuam sendo os mesmos usados por
aqueles que prometeram e de forma programada,
torturante e selvatica mandaram matar o jovem músico moçambicano Max Love;
mandaram despejar o IESE, convidaram o seu colaborador, e muitos outros
moçambicanos que por expressarem democraticamente o seu pensamento são acusados
de cometerem crimes contra a segurança do Estado.
E como se nao bastasse aparece um
jornal que diz inter alia, (Dossiers & Factos de Segunda feira, 26 de Maio
e 2014, Edicao 80,, Ano 2, pagina 14 que ‘Mocambique impressiona ministra
finlanesa da justica! E vai mais longe ao afirmar que ... a ministra mostrou-se
impressionada com os avancos que o pais tem vindo a registar no que toca a boa
governacao e acesso a justica’!
Estaremos a falar do mesmo pais?
Quem esta a vender gato por lebre, a ministra ou o jornalista? Se nao tivesse
estado com Anna Henriksson, ministra finlandesa da justica, teria certamente
comprado gato por lebre, como muitos mocambicanos devem ter comprado!
Aqui fica o meu obrigadoa Embaixadora
da Finlandia pela oportunidade que me deu de interagir com a ministra e sua equipa,
salvando-me desta forma de cair numa falacia!
Sunday, June 1, 2014
Na Singapura: Experiencias de gestao municipal junta autarcas
Sob o lema 'Cidades Simpaticas e Sustentaveis: Desafios Comuns, Solucoes
Patilhadas', decorre na Singapura, de 1 a 4 de Junho 2014, a Cimeira
Mundial de Cidades e o Forum dos Presidentes de Municipio. Nos
dois encontros
participam mais de 1000 pessoas de 125 paises dentre Presidentes de
Municipios, Ministros, Governadores, CEO de empresas privadas e
publicas, think tanks, oficiais das Nacoes Unidas, da Interpol, gestores
de zonas economicas especiais, agencias de atracao de investimentos de
todos os continentes. O encontro realiza-se numa altura em que
urbanizacao tornou-se num fenomeno complexo, exigindo uma colaboracao
permanente entre os sectores publico e privado. No encontro estao sendo
partilhadas experiencias de gestao de cidades, planificacao estrategica,
promocao do emprego, inovacao tecnologica, gestao de lixo, do ambiente,
mudancas climaticas, trafego, crime entre outros. Na Cimeira o
continente africano faz-se representar pelas cidades de Cape Town,
Quelimane, e Argel. Para mais informacoes clique:
www.worldcitiessummit.com.sg e www.clc.gov.sg
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