Wednesday, April 16, 2008

AMNESTY INTERNATIONAL

Hi there - two Amnesty emails in a week, you lucky people...

This time we’ve got death penalty stuff for you. Today we’re publishing the Amnesty International survey of the global use of the death penalty during 2007. Here are the facts:

At least of 1,252 people were executed (in 24 countries) last year

The big five were: China (470+), Iran (317+), Saudi Arabia (143+), Pakistan (135+), USA (42) - the ‘plus’ symbol is a warning, though: because of secrecy, these are only minimum figures. China, for example, refuses to publish execution statistics.

At least 3,347 people were sentenced to death in over 50 countries

There are now up to 27,500 people on death row around the world

Read the full story [link: http://www.amnesty.org.uk/news_details.asp?NewsID=17724] - including about how a man was publicly stoned to death for adultery in Iran, another was beheaded for sorcery in Saudi Arabia, and how the United States released its 124th innocent prisoner from death row since 1973 while recently going a record six months without an execution. Our blog on the issue is here [link: http://blogs.amnesty.org.uk/blogs_entry.asp?eid=1157].

If you agree that the death penalty is cruel, unnecessary and about as relevant to modern justice as burning “witches” or heretics, then the “unofficial moratorium” in the US is encouraging news and Amnesty is now supporting a United Nations initiative to get a worldwide halt on all executions around the world. Read more about the moratorium here [link: http://www.amnesty.org/en/news-and-updates/news/un-calls-halt-executions-20071218].

Finally, here’s early notice of that fact that Amnesty’s got a brand new viral film about “waterboarding” torture out soon. If you thought our short film about stress and duress torture (Waiting For The Guards [link - http://www.amnesty.org.uk/terror]) was good, then you should really like this new one.

It’s short and really packs a punch. It’s called Stuff Of Life and is, as they say, coming soon! Look out for it and please be ready to recommend it to others if you think it’s any good. We’ll also get you the code so that you can embed it on your site.

Cheerio!

Steve

NOTA DE IMPRENSA DO GOVERNO BRASILEIRO SOBRE O ZIMBABWE

MRE - Nota nº 181 - 14/04/2008
Distribuição 22 e 23

Situação no Zimbábue

O Governo brasileiro acompanha com atenção os mais recentes desdobramentos das eleições presidenciais ocorridas no Zimbábue, em 29 de março. O Ministro Celso Amorim telefonou hoje, 14 de abril, para o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Oldemiro Balói, com quem conversou a respeito da Cúpula Extraordinária da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre a situação no Zimbábue, realizada em Lusaca, no dia 12 de abril.

O Brasil apóia a ação da SADC e compartilha as opiniões emanadas da Cúpula Extraordinária, que confirmou que as eleições se realizaram de forma livre, soberana e organizada, instou o Governo do Zimbábue a divulgar prontamente os resultados das eleições e conclamou todas as partes a aceitarem os resultados do pleito.

O Governo brasileiro saúda ainda a intenção da SADC de organizar, para um eventual segundo turno das eleições presidenciais no Zimbábue, missão de observação eleitoral que inclua, além da observação da campanha e da votação, as tarefas de monitoramento das etapas de apuração e totalização dos votos, e de divulgação dos resultados.


NA ZAMBEZIA: Funcionários de Namacurra respondem apelos

Quelimane (DZ) – Foram mais de 98 mil meticais que os funcionários do distrito de Namacurra, província da Zambézia, deram como gesto de solidariedade as vítimas de calamidades naturais que assolaram a região centro e sul do país.
Este valor é resultante de um dia de salários daqueles funcionários que preferiram deste modo ajudar as vítimas das calamidades nesta parcela do país, depois de diversos apelos de solidariedade interna que foram lançados pelo governo central assim como ao nível do governo provincial. O montante, foi entregue esta terça-feira em Quelimane ao Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, à margem da reunião da Comissão Provincial de Emergência,
alargada aos membros do Conselho Técnico de Gestão de Calamidades e ONG,s que trabalham nesta área de salvar vidas humanas.
De acordo com o administrador daquele distrito, Pedro Fazenda Sapange, que fez a entrega do valor ao INGC, o gesto dos funcionários do seu distrito, servirá para minimizar algumas dificuldades, visto que segundo Sapange, há crianças e particular que estão sem cadernos, lápis e até sem nada para comer, é dai que os funcionários daquele distrito não resistiram aos apelos.
Refira-se que na Zambézia, após as cheias, mais de 20.000 pessoas estão dependentes. (António Zefanias)

Na Zambézia sociedade civil denuncia:

Quelimane (DZ) – A situação do estigma não só acontece para os doentes de HIV/SIDA mas também no seio das Pessoas Portadoras de Deficiência (PPD). Para esta camada social, a situação torna-se mais grave, tudo porque para além da sociedade civil, o próprio governo têm vindo a
excluir alguns grupos de pessoas portadoras de deficiência ao nível da província da Zambézia. As
organizações que trabalham nesta área já vêm a tona dizer as verdades e as irregularidades que o governo comete.
Uma destas organizações é a Liga dos Direitos da Criança (LDC), na Zambézia, que na voz do respectivo coordenador, Gregório Ulisses, veio dizer que o governo da província exclui alguns grupos de PDD quando pretende implementar suas actividades bem como o financiamento de qualquer actividade.
Gregório disse ainda que o governo não tem um plano específico para esta camada social, o que está escrito, apenas anda guardado nas gavetas. Ainda de acordo com a fonte, maior parte desta camada social tem densevolvido várias actividades através do finacianciamento das Organizações
Não Governamentais (ONGs), e não pelo governo provincial.
Por outro lado, na execução do famoso plano quinquenal do governo ao nível da província, as pessoas portadoras de deficiências são esquecidas. Para não deixar dúvidas, a fonte apontou as pessoas portadoras de dificiência visual como sendo aquelas que são mais esquecidas. O nosso entrevistado, diz que há muita oferta de carinhas de roda mas nunca uma bengala branca
para os cegos.
No sector de Educação e Cultura, esta camada enfrenta grandes dificuldades em termos de ensino e aprendizagem, isto porque os rofessores que são formados não têm capacidades para ensinar pessoas potadoras de deficiência visual.
Num outro desenvolvimento, a fonte fez saber ao «Diário da Zambézia» que o Estado está a
renegar a estas pessoas, e não se pode ter vergonha de dizer isso. O que as organizações neste momento estão a fazer são campanhas de advocacia no sentido de sensibilizar diversas instituições do governo a olhar como qualquer cidadão alguém que possui deficiência. Neste rol de
coisas, a fonte concluiu que o próprio governo é o principal prevaricador dos direitos das pessoas potadoras de deficiência ao nível da província da Zambézia. (Artur Cassambay)

CRÓNICAS DE PROFETA A TERRA CHUABO.

Carta número 110, ao meu amigo “Mavirigano”!
Aló mano Mavirigano!
Sabias que um hóspede que chega sempre as suas portas não é bem-vindo? É
sério, é bom que te mantenhas com a sua fome no seu canto, apalpando ou
tacteando o mundo com as técnicas insignificantes que possuíres, ao invés de te
aproximares sempre aos abastados, porque de lá não sairas alegre. O livro
bíblico, o provérbio do rei Salomão já predisse isso ...melhor é comer verduras
onde há alegria do que carne onde há bujardas e berros de feras (modifiquei na
minha visão).
(Quer interagir no Mavirigano? Escreva para: mavirigano@gmail.com

VIOLENCIA NO ZIMBABWE?

ZADHR

Zimbabwe Association of Doctors for Human Rights

Statement on Upsurge in Cases of Organised Violence and Torture

15 April 2008

Since the election on March 29th, up to the end of April 14th, members of the Zimbabwe Association of Doctors for Human Rights (ZADHR) have seen and treated 157 cases of injury resulting from organised violence and torture. As of midday today April 15th, 30 of these patients remain in hospital.

One third of the patients are women, including a 15 year old girl who was abducted with her mother from her home, made to lie on her front and beaten on her buttocks. Her mother, who is pregnant, was similarly beaten. Both mother and daughter required hospital admission.

The provinces where the injuries were sustained include Manicaland, Mashonaland East and West, and Masvingo. Of the 30 hospitalised patients, 15 are from Mudzi.

The commonest injury observed was extensive soft tissue injury of the buttocks. This results from prolonged beating with a hard blunt object. The obvious visible sign is extensive bruising but there is often substantial damage to tissues under the skin including muscle. Muscle destruction of this nature can result in severe kidney problems.

Nine patients sustained fractures (broken bones), almost all of the arms (ulna and/or radius) and/or the hands (metacarpals and/or phalanges). One man, who also had multiple abrasions of his back, had fractures of both right and left radius, left ulna, and the 3rd and 4th metacarpals of his right hand. These fractures are typical of "defence injuries", resulting from the victim raising his or her hands and arms to protect the face and upper body from assault. One patient had a compound fracture of the left lower leg (tibia) resulting from assault hard blunt object, directed at all parts of his body. "Compound" means that broken bone is protruding through the skin.

ZADHR condemns the upsurge in violence recorded in the two weeks post the March 2008 Elections which has impacted severely on the individuals affected. Some of the individuals sustained injuries that can lead to severe permanent disability. We call upon:

· All political parties to cease the use of intimidation, violence and torture as a form of retribution or victimisation

· All health professionals to provide injured persons with the highest possible standard of care regardless of their political affiliation.

· The Zimbabwe Republic Police to take urgent measures to prevent further acts of violence occurring.

· SADC, the AU and the UN to engage with all stakeholders in Zimbabwe with a view to bringing the current escalation in the crisis to an end.



Zimbabwe Association of Doctors for Human Rights
6th Floor, Beverly Court, 100 Nelson Mandela Ave
PO Box CY 2415, Causeway
Harare
Tel: 708118, 251468
Fax: 705641
Cell: 0912260380

CENTRO DE ESTUDOS MOCAMBICANOS E INTERNACIONAIS (CEMO)

Conferência de SADC sobre a Supervisção Parlamentar del Setor de Segurança
Conferência Internacional para SADC: Proliferação de Armas Ligeiras e de Pequeno Porte no contexto da Estabilidade Democrática dos Estados. Oportunidades para os Estados de garantir Segurança como um Bem Público. Maputo, Moçambique
17h - 18th Março 2008 Maputo, Moçambique

COMMUNIQUE


Nós, Parlamentares da região da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), participando na Conferência Internacional realizada em Maputo, Moçambique, nos dias 17- 18 de Março de 2008, no âmbito da Supervisção Parlamentar do Sector de Segurança, subordinada ao tema “Proliferação de Armas Ligeiras e de Pequeno Porte no contexto da Estabilidade Democrática dos Estados - Oportunidades para os Estados Garantir Segurança como um Bem Público”, organizado por Força Moçambicana para Investigaçao de Crimes e Reinserção Social (FOMICRES), Fórum Parlamentar sobre Amras Ligeiras e de Pequeno Porte e, Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais (CEMO); Nós reconhecemos o apoio técnico do Institute for Security Studies (ISS) e outra entidades.
Os propósitos dessa Conferência de Parlamentares de SADC visa afirmar com afinco nosso cometimento sobre à necessidade de melhorar os mecanismos de redução e controle de armas ligeiras para responder duma forma eficaz à proliferação de armas ligeiras e de pequeno porte na região de África Austral. As contribuições dos Parlamentares participantes de Malawi, Moçambique, Namíbia, África do Sul, Suazilândia e Zâmbia são essenciais na criação de uma plataforma regional para o intercâmbio de informação sobre melhores práticas e as lições aprendidas, com finalidade de incrementar melhor compreensão dos instrumentos legais relevantes, o progresso de execução desses e os desafios doravante apresentados e que serviram como pano de fundo da sessão da Conferência.
Nós anotamos que a iniciativa para esta Conferência ocorre num momento oportuno, quando a região de SADC faz esforços consideráveis para estabelecer as estruturas necessárias para engajar vários actores no controle e gestão de armas ligeiras, reconhecendo o impacto crítico que a proliferação de armas ligeiras tem na instigação de conflitos na região.
Os objetivos da Conferência foram:
1. Revisão do actual progresso já alcançado pelos Parlamentares, Parlamentos e por outros actores para-parlamentares e não-parlamentar na região de SADC, Europa e a nível internacional, apoiando a prevenção de conflitos violentos assim como o controle e a redução de armas ligeiras e de pequeno porte.
2. Revisão da execução dos instrumentos legais nacionais, regionais e internacionais para controlar e limitar a proliferação de armas ligeiras e de pequeno porte.
3. Delinear as áreas específicas de compromiso Parlamentar para responder aos desafios da implementação desses instrumentos.
As Deliberaçöes Chaves centraram-se : Na supervisção Parlamentar sobre fornecimento e procura de armas ligeiras; No impacto negativo que armas ligeiras têm na proliferação da violência armada na África Austral; Nos vários instrumentos legais regionais e internacionais para o controle de armas ligeiras, e; Na harmonização dos instrumentos legais de controle de armas ligeiras na região.
Questöes Específicas nas Deliberações e Recomendações
Entre outras questões enfatizamos a necessidade para:
1. Esforços adicionias para melhorar a cooperação em assuntos de Defesa e Segurança registo de ocorrências e controlo nas fronteiras na região da SADC, reconhecendo, no entanto, as grandes realizações até aqui feitas nessa área;
2. Melhor implementação e forte apoio policial dos existentes instrumentos e processos de controlo de armas ligeiras e de pequeno porte, incluindo o Programa das Nações Unidas, de Acção para Prevenção, Combate e Erradicar o Comércio Ilícito de Armas Ligeiras e de Pequeno Porte em Todos Aspectos (POA); o Protocolo contra Fabrico Ilícito e Tráfico de Armas; Peças e outros Componentes e Munições, suplementando a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional; e o Protocolo da SADC sobre o Controlo de Armas, Munições e outro material relacionado.
3. Uma abordagem mais abrangente para influenciar opinião pública e consciencialização e sensibilização sobre a matéria, donde os Parlamentares incorporam as necessidades das mulheres e crianças ao lidar com a cultura de violência armada. A necessidade para a harmonização de idade mínima foi discutida. Os Parlamentares participantes, para os propósitos de incrementar a cultura de paz e livrar as crianças e a futura geração da exposição aos riscos da violência armada, propõem 18 anos como idade mínima para aquisição, porte e uso de armas de fogo, assim como para o recrutamento para o serviço militar na região da SADC. Os participantes, também, reafirmam a necessidade para uma participação equitativa de mulheres na discussão sobre armas ligeiras e de pequeno porte e na representação parlamentar.
4. Prestar mais atenção em termos de controlo legislativo e supervisão do sector de Segurança Privada, ao mesmo tempo, rever os recursos alocados e a necessidade para melhorar a integridade das forças de Defesa e Segurança na região da SADC.
5. Resposta técnica melhorada, a qual requer o aumento de apoio financeiro pelos programas de assistência ao desenvolvimento. De entre as respostas inclui, uma abordagem holística de programa de amnestia de armas, assim como, sensibilização e consciencialização e, impunidade; informação detalhada e específica sobre a restrição de venda de armas de fogo e outras armas; reforçar os sistemas legal e judicial, assim como, a implementação legislativa efectiva no que concerne a medidas punitivas.
6. A categorização de armas localmente fabricadas e bombas de petróleo como ilíctas.
7. Padrões internacionais adoptadas por SADC ou União Africana sobre o armazenamento de munições e ao mesmo tempo, uma ilimitada supervisão sobre o armazenamento de munições por parte de relevantes Comissões Parlamentares para garantir que esses padrões sejam satisfeitos
Realizado em Maputo, aos 18 de Março de 2008

CODESRIA

CODESRIA

Anúncio de Programa

Simpósio do CODESRIA sobre Género em 2008

Tema: Género e Cidadania na Era da Globalização

Data: 08 – 10 de Outubro de 2008

Local: Cairo, Egipto.

Desde o início dos anos 90, o CODESRIA lidera a busca para aproveitar os esforços dos pesquisadores africanos com vista a ultrapassar as fronteiras da produção do conhecimento em questões de género de modo a assegurar que o género seja integrado nas análises e nas intervenções dos pesquisadores integrados nas suas redes e em outros locais de trabalho académico em África. Isto foi feito em conformidade com o compromisso institucional do Conselho, no âmbito do seu mandato, de produzir conhecimentos baseados não apenas nas realidades do continente africano, mas que contribuam também para a transformação progressiva do modo de vida; a busca consciente da igualdade do género e diálogos intergeracionais; e o uso de perspectivas multidisciplinares. Os resultados acumulados da experiência do Conselho e de outras instituições similares culminaram, por um lado, na multiplicação de estudos sobre vários aspectos da dinâmica do desenvolvimento do género, na expansão da comunidade de pesquisadores africanos interessados na pesquisa sobre género, na interacção da comunidade à escala sub-regional e panafricana e na projecção das vozes dos seus membros à escala global.

Contudo, por outro lado, poucas pessoas duvidarão que, apesar dos progressos alcançados na promoção da ideia da centralidade do género para a consistência de pesquisa social e a conclusão de qualquer projecto de transformação social, ainda resta fazer muita coisa. Os desafios são imensos, mas, resumidamente, baseiam-se na necessidade de consolidar as muitas críticas de desenvolvimento feitas de várias perspectivas do género – e feministas – de alternativas inclusivas, coerentes e consistentes com base nas quais poderiam ser feitos mais progressos na teoria, nos métodos e na aplicação prática. O alcance do desenvolvimento de África exige uma atenção especial não apenas aos instrumentos analíticos do pesquisador, mas também à produção duma crítica de desenvolvimento do género que questiona as bases sobre as quais assentam os processos sócio-económicos e políticos em África. Tal crítica é um pré-requisito para o progresso de novas abordagens teóricas e de instrumentos políticos. Resumidamente, dever ser feita hoje uma mudança completa do paradigma, para a qual serão necessárias novas ideias.

Vários autores identificaram passos diferentes para o projecto de desenvolvimento que concebem para África, mas estas diferenças não nos devem limitar. O que é importante ressaltar é que é inconcebível que o projecto de desenvolvimento democrático, definido de qualquer das formas, não poderá ser elaborado com êxito sem a integração completa do género na sua equação. E é precisamente aqui onde os défices são mais evidentes, apesar das declarações oficiais que engajam os Governos a promover os direitos da mulher e a igualdade entre homens e mulheres. O surgimento dos processos contemporâneos de globalização fomentaram inicialmente grande optimisto de novas possibilidades para a expansão das fronteiras dos direitos da mulher; vários anos depois, este optimismo foi reduzido e atenuado pelos elementos negativos impostos pela era da globalização e pela distribuição desigual de oportunidades associadas a ele. De notar, neste aspecto, os limites severos impostos na expansão da cidadania social pelas bases ideológicas e pelas políticas neoliberais da globalização contemporânea.

As preocupações ligadas a questões de cidadania são tão antigas quanto a história das formações políticas. Como tema de pesquisa, a cidadania atraiu a atenção de pesquisadores desde os primórdios da comunidade política; como assunto de interesse político, ela envolveu uma preocupação constante com definições do cidadão, dos seus direitos e responsabilidades e a natureza do contrato social prevalecente. As teorias de cidadania proliferaram durante anos e são tão numerosas nas suas preocupações quanto as várias práticas de cidadania que foram desenvolvidas. Mas, apesar da longa e rica história baseada no conceito e na prática da cidadania, a tarefa da sua criação permaneceu árdua e por terminar, caracterizada pelas lutas incessantes para eliminar as restrições contra a mulher – e o homem – que vão da patriarcal à discriminatória. Apesar de ser verdade que a humanidade percorreu uma longa distância desde a altura em que ideia de cidadão foi concebida e operacionalizada exclusivamente em termos masculinos, foram registados progressos como este de forma lenta, fragmentada e desigual, tornando a tarefa de criação da cidadania activa com relevância histórica e contemporânea. Por conseguinte, tanto ontem como hoje, duma perspectiva de género, as questões chaves na criação da cidadania incluíram lutas para a expansão dos direitos da mulher; a promoção da igualdade entre homens e mulheres; a reconfiguração das feminidades e das masculinidades; a reconstituição da esfera pública para reforçar a presença e a participação da mulher; a politização do pessoal; a reforma do código da família; e a redifinição dos requisitos legais para a cidadania.

Historicamente, a teoria da cidadania e as práticas desenvolvidas em torno dela estiveram fundamentalmente limitadas aos direitos, aos deveres e às responsabilidades de membros individuais duma dada comunidade política. Contudo, os atributos de cidadania não são nem estatísticos nem uniformes ou limitados na aplicação exclusiva para indivíduos em detrimento das comunidades; pelo contrário, os seus conteúdos e contornos mudaram ao longo dos anos com as profundas alterações que ocorrem na sociedade. As influências globais, tal como desenvolvidas, também sempre estiveram reflectidas nos espaços nacionais-territoriais para culminar em lutas internas sobre a cidadania, propulsando a sua negociação e renegociação para a busca da redifinição das relações Estado-sociedade. Do mesmo modo, surgiram lutas internas na arena global para estimular os movimentos mundiais com vista à criação da cidadania. Mas, de todas as fases da globalização por que passou a humanidade, talvez nenhuma suscitou tanto interesse nas possibilidades que parece ofecerer para o aprofundamento e a expansão simultânea dos espaços para o exercício da cidadania, em geral, e da cidadania de género, em particular, do que a contemporânea. Sustentada por uma revolução da informação e da comunicação, ela parece prever um mundo mais móvel, integrado e cosmopolita com as distintas perspectivas para o surgimento da cidadania global.

No contexto das oportunidades oferecidas pelas estruturas e pelos processos da globalização contemportânea através da criação de espaços ilimitados que transcendem as fronteiras nacionais-territoriais existentes, novas janelas para o uso da voz, a negociação sobre a pertença e a expansão do reconhecimento foram abertas com consequências directas e benéficas nos esforços de redefinição da cidadania numa perspectiva de género.

Ao oferecer novas aberturas para uma redefinição da cidadania e uma infusão simultânea de novos conteúdos de género, a globalização teve benefícios importantes a níveis local e internacional que devem ser explorados depois. Mas, a globalização contemporânea também teve consequência adversas para as lutas na globalização. Estas consequências adversas manifestaram-se também de várias formas nas arenas local e global. Por exemplo, foi dada atenção aos défices mundiais de cidadania social em evidência nas últimas duas décadas e a sua manifestação em formas de pobreza cada vez mais feminizadas.

Os participantes no Simpósio de 2008 do CODESRIA sobre Género deverão considerar a paisagem mista do género e da cidadania forjada da globalização contemporânea com vista a reflectir sobre as formas de ultrapassar nas novas barreiras surgidas ao longo dos antigos obstáculos que persistiram na busca duma melhor cidadania. O simpósio vai, entre outros, avaliar o seguinte:

i) As teorias das cidadanias local e global – e as relações entre elas – vistas duma perspectiva de género;

ii) As práticas da cidadania local e global – e as relações entre elas – vistas duma perspectiva de género;

iii) Os modos e os padrões de reflexão das preocupações locais nos processos globais e nas lutas sobre género e cidadania;

iv) O impacto dos processos globais nas lutas internas para a criação da cidadania;

v) Os papéis da sociedade civil local e/ou global na mobilização da cidadania do género no contexto da globalização contemporânea;

vi) As ramificações do género e as consequências dos défices de cidadania social associados à globalização contemporânea;

vii) Os dialectos de múltiplas identidades e a cidadania numa era global;

viii) As tensões entre a administração nacional-territorial e as múltiplas cidadanias e as suas consequências na procura duma cidadania;

ix) A articulação do género e da cidadania em espaços ilimitados;

x) As masculinidades, feminidades e as identidades do cidadão numa era global;

xi) As novas formas de coisificação internacional da cidadania e as suas implicações no género;

xii) As novas formas de comércio transnacional de raparigas e mulheres;

xiii) Os padrões de género de mobilidade do cidadão na era da globalização;

xiv) As culturas de globalização e as suas implicações na cidadania da mulher;

xv) Repensar a cidadania numa era global: Alternativas abertas para as mulheres e homens na busca da equidade de género.

O simpósio será realizado no Cairo , Egipto, de 8 a 10 de Outubro de 2008. A participação será feita através da candidatura das pessoas interessadas e de convites directos aos investigadores do CODESRIA. Os candidatos deverão enviar até 30 de Maio de 2008 um resumo do tema que pretendem apresentar; se forem aceites, os temas dos resumos devem ser recebido até 15 de Agosto de 2008 para revisão antes da confirmação final de selecção pelo CODESRIA.

Mais informações sobre o Simpósio de 2008 do CODESRIA sobre Género podem ser obtidas em:

Simpósio do CODESRIA sobre Género em 2008,

CODESRIA, B.P. 3304, C.P. 18524,

Dakar, Senegal.

Tel: +221 – 33 825 9822/23

Fax:+221- 33 824 1289

E-mail: gender.symposium@codesria.sn

Site: http://www.codesria.org