Thursday, September 10, 2015

Carta Aberta aos Participantes da III Conferencia Nacional Religiosa



 



MUNICÍPIO DE QUELIMANE
CONSELHO MUNICIPAL
PRESIDENTE
AV. Josina Machel nº558, Caixa Postal nº 68, telefax: +24213218, email: cmcqgp@gmail.com- Cidade de Quelimane

CARTA ABERTA AOS PARTICIPANTES DA III CONFERÊNCIA NACIONAL RELIGIOSA


Senhor Presidente da República de Moçambique, Excelência,
Senhor Governador da Província da Zambézia, Excelência,
Senhor Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Excelência,
Senhores Deputados, Excelências,
Senhores Membros do Governo, Excelências
Senhores Presidentes dos Tribunais Judicial e Fiscal Provincial, Excelência,
Estimados Líderes Religiosos,


Sejam bem vindos ao solo municipal Quelimanense! Sejam bem vindos a terra da galinha a zambeziana e da mukapatha! Sejam bem vindos a terra das bicicletas e do nyambaro!

Permitam-se iniciar esta Carta Aberta dirigindo palavras de louvor e aclamação à Sua Excelência, Senhor Presidente da República, Jacinto Filipe Nhussi, entanto que o Mais Alto Magistrado da nossa Republica. As nossas palavras de louvor e aclamação são estendidas à toda prestigiosa Assembleia Religiosa que partindo de diferentes cantos do nosso país e do mundo, se juntaram a nós para partilharmos experiências, ensinamentos, princípios e valores religiosos que no dia-a-dia transmitimos aos nossos crentes, as nossas comunidades religiosas e aos nossos povos.

Agradecemos aos organizadores do evento por terem escolhido a nossa cidade, o nosso município, como sendo o altar apropriado para realização desta III Conferência Nacional Religiosa, num momento tao precioso da historia da nossa patria. Ao nossos ver, alguns factores influenciado a escolha do Município da Cidade de Quelimane para a realização deste reencontro religioso. Para além de uma opção meramente logística, relevante no contexto em que nos confrontamos com a crise financeira e os apelos da racionalidade económica e financeira, acreditamos que a vossa escolha também deveu-se ao facto da Província da Zambézia e o Município da Cidade de Quelimane desempenharem um papel importante no desenvolvimento e expansão dos princípios e dos valores religiosos da fraternidade, do amor à Deus e ao próximo. Somos uma Província religiosamente heterogénea com a capacidade de aceitarmos de forma tolerante e fraterna, todos os tipos de diferenças. Somos reconhecidos como uma Província heterogénea, pluralista, com maior número de crentes professando diferentes religiões, entre elas:
·         Católica,
·         Anglicana
·         Islâmica
·         Sião/Zione
·         Hindu
·         Religião Evangélica/Pentecostal - inclui as Igrejas Adventistas, Apostólicas, Baptistas, Evangélicas, Luteranas, Metodistas, Presbiterianas,

A província da Zambézia de que somos capital, é um verdadeiro mosaico religioso onde 40.0% da sua população professa a religião Crista na sua vertente Católica. De acordo com os dados oficiais, a população que professa a religião Islâmica representa entre dez a vinte por cento da população da Zambézia. E desta, maior parte é da zona urbana (10.8%). As outras religiões: Zione, Evangélica, Luterana, Metodista são professadas por 14.6% da população da Província. Os desafios da evangelização na província ainda persistem. Temos 15.2% da nossa população que não professa nenhuma religião. A despeito das diferenças doutrinais, as diferentes instituições religiosas existentes nesta Província estão unidas por uma visão comum do mundo que ancora toda a vida na autoridade de um ser Sagrado e num ethos compartilhado que se expressa através do amor, da paixão e da fraternidade entre os homens.

A nossa Constituição da República de Moçambique estabelece que somos um Estado laico. A laicidade do Estado assenta na separação entre o Estado e as confissões religiosas. Mesmo com esta dimensão da laicidade, precisamos de reconhecer o importante papel das confissões religiosas na moralização da sociedade moçambicana, de um lado, assim como, precisamos de reconhecer e valorizar as actividades das confissões religiosas visando promover um clima de entendimento, tolerância, paz e da fraternidade, o bem-estar espiritual e material dos cidadãos e o desenvolvimento económico e social. A análise que fizemos a este pressuposto constitucional leva ao entendimento de que, embora, Moçambique seja um Estado Constitucionalmente laico, o Estado nos seus mais diversos níveis privados e público da sua actuação funda-se nos princípios e valores religiosos da fraternidade, do amor ao próximo. Estes princípios são valores e princípios que nos inspiram para o respeito, a tolerância, o amor ao próximo, a fraternidade e a filantropia que cada um de nós, como líderes religiosos, dirigentes das instituições públicas ou privadas.

Em Moçambique, na Zambézia e em Quelimane particularmente, nos mais diversos processos históricos e políticos, as confissões religiosas desempenharam, diferentes papeis quer nos processos de desenvolvimento político, económico e social, assim como de reconciliação nacional. Refira-se que durante os conflitos armados, que terminou com a assinatura do Acordo geral de Paz e a assinatura do Acordo de Cessação de Hostilidades, as confissoes religiosas, como maior destaque para a Igreja Católica e o Conselho Cristão de Moçambique defendiam junto do governo e nao so. a política de reconciliação nacional.Por isso, no actual diálogo político em que a Paz e Estabilidade Política estão sendo ameaçadas, as Instituições Religiosas são convidadas a tornarem-se mais actuantes na busca dos caminhos da Paz e da Estabilidade Nacional. 


Neste momento crucial da historia da nossa jovem democracia, seria importante recordar a Primeira Carta Encíclica de Paulo aos Coríntios quando dizia o seguinte: ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos e não tivesse o amor, seria como o metal que soa ou como o sino que treme. A carta do Apostolo Paulo é uma das mais belas obras religiosas que encontramos na Literatura e que achamos relevante partilharmos com os membros das diversas confissões religiosas presentes nesta III Conferência Nacional Religiosa e nao so. O apóstolo Paulo inspirou-se de um antigo hino cristão e o adaptou para ajudar os leitores da carta a entenderem seu recado e transmitirem a pedagogia do amor, da fraternidade, da compaixão e da esperança. Paulo recorda-nos que o maior Dom que possa existir na vida é o amor e a fraternidade dedicados à Deus e ao Próximo.

O que Paulo afirma na sua carta dirigida aos Coríntios também está em Mateus 22, 34-40 34. Sabendo os fariseus que Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se e um deles, na altura entendido como o Doutor da Lei, perguntava a Jesus Cristo para pô-lo à prova: Mestre, qual é o maior mandamento da Lei de Deus? Respondeu Jesus:
-          Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de toda tua inteligência. Estes são os primeiros e maiores mandamentos;
-          Amarás teu próximo como a ti mesmo.
Nesses dois mandamentos encontramos a inspiração, a fonte da luz, da esperança que orientam os profetas, as confissões religiosas. Nestes mandamentos, as instituições do Estado e os municípios devem buscar a fonte de inspiração e de actuação na defesa da fraternidade e da irmandade.

Encontramos também dentro dos pilares do Alcorão a fé da nossa religião islâmica que se opõe à exclusão, a separação, ao abandono, a discriminação e estigmatizarão do próximo. No final da Surata Al Bacará diz: Todos os crentes creem em Allah, em Seus anjos, em Seus Livros e em Seus mensageiros. Nós não fazemos distinção entre os Seus mensageiros.” (Alcorão Sagrado, 2:285). Essa ética divina invocada pelo Alcorão é seguida por todo muçulmano que visualizam todos os profetas e mensageiros com todo o respeito, porque todos foram enviados por Deus com uma só mensagem: o de adorarmos somente a Allah, e não Lhe atribuirmos parceiros. Portanto, são irmãos na convocação das pessoas para a senda de Deus.

Meus Senhores e minhas Senhoras,
Realizamos a III Conferência Nacional Religiosa num momento em que o país confronta-se com dois principais desafios nos quais em cada dia a Paz e a Estabilidade Política encontram-se ameaçadas.
O primeiro desafio tem o carácter político: nos últimos dias, adensou o clima de desconfiança e tensão que envolve a política moçambicana desde as eleições de 2014 e que levou aos confrontos armados de Julho, na província de Tete. O ambiente de tensão que estamos vivendo tem revelado que apesar da Paz alcançada em 1992 o processo de reconciliação, da consolidacao da democracia, do amor e da fraternidade nacional ainda continuam sendo frágeis. Negociamos armados, inspirados no odia, na vinganca! Negociamos para aldrabar o outro, para humilhar e espezinhar o proximo! Negociamos para derrotar ao proximo e podermos proclamar a nossa victoria! Um acordo que cria vencidos e vencedores nao e, e nem sera, a solucao para os problemas de uns e de outros! Um acordo baseado nesses principios e com toda a certeza, a materia prima para o proximo troar de armas entre irmaos! Por isso, se quisermos encontrar uma solução sustentável em relação às reivindicações apresentadas por uma ou por outra formação política, deveremos alterar o nosso paradigma de análise e observação do espectro de conflito em que o nosso sistema político pode estar atravessando. Caros líderes religiosos, caros parlamentares, membros do governo, do corpo diplomático, membros da sociedade civil amantes do povo mocambicanos. O melhor medico nao aquele que nos receita o remedio mais doce, menos amargo, ou menos doloroso, mas sim aquele que nos receita a medicacao correcta, por mais amarga ou dolorosa que seja! O melhor amigo nao aquele que nos elogia, mas sim aquele que mesmo sabendo da nossa possivel reaccao tem a coragem de nos dizer a dura verdade sobre nossos actos e pensamentos! A persistência do conflito em que o País vive e tem dificuldade de supera-lo passa necessariamente pela necessidade de superação de alguns preconceitos negativos com os quais fomos socializados desde a nossa infância, a adolescência e teimamos em ainda conviver com eles. A sociedade moçambicana precisa de desconstruir o conceito oposição=inimigo que deve ser extirpado e excluído do campo político nacional.  Precisamos de aceitar com humildade, o pensar diferente com o sentido elevado da fraternidade, do amor e carinho ao próximo! Todos, independentemente das nossas diferenças, pertencemos a este espaço, chamado Mocambique Como filhos de Deus merecemos todo o respeito, a dignidade, o amor e a concórdia. É dentro destes princípios onde enquadramos o discurso do Senhor Presidente Felipe Nhysi quando declarou-se disposto a encontrar-se com o líder da oposição para falar da Paz, da Reconciliação e do Desenvolvimento e ultrapassar o potencial de risco e da guerra. Excias, o mundo onde o nosso pais se encontra, esta numa competicao intensa entre regioes e entre paises! Enquanto nos distraimos com querelas internas, outros paises vao tomando aquele que e e deverioa ser o nosso lugar no ‘Concerto das Nacoes’! Quando acordarmos, ja o comboio do progresso tera apitado tres vezes e partido...

O segundo desafio nacional tem um carácter económico: apesar de todos esforços feitos pelo Estado e pelas confissões religiosas que lutam em prol do desenvolvimento e crescimento económico, a maior parte da população moçambicana vive com níveis de pobreza bastante alarmantes. A pobreza e a desnutrição continuam com níveis bastante elevados. Nos últimos anos, o crescimento do consumo per capita diminuiu drasticamente e a corrupção permanece alta. Nas zonas rurais prevalece a baixa produtividade em virtude do baixo acesso aos fertilizantes e insumos agrícolas, fraco acesso ao crédito e falta de infra-estruturas. Estes e outros aspectos concorreram para que o cumprimento das metas dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio (ODM) não fosse atingido.

A exclusao economica e uma ameaca a paz e por isso deve merecer a atencao de todos os actores, incluindo as confissoes religiosas.

Confrontados com os elementos do contexto político e económico, em que o país esta vivendo actualmente, existem três passos importantes que exigem uma reflexão:

a)    Primeiro, precisamos de desenvolver uma Campanha em favor da Fraternidade, da Concórdia e da Reconciliação Nacional. A proposta de uma Campanha em favor da Fraternidade, da Concórdia e da Reconciliação deverá envolver todos os moçambicanos sem distinção das suas cores políticas, religiosas, culturais e nem étnicas. Com base nessa campanha deveremos assumir que cada um de nós, líderes religiosos, políticos e dirigentes sejam inspirados pelo princípio do Apóstolo Marcos que nos ensina a ‘vivermos para servir o povo e não para nos servirmos do povo’.

b)    Segundo, para além de uma Campanha Nacional em favor da Fraternidade, da Concórdia e da Reconciliação, precisamos de estabelecer um compromisso colectivo entre as Religiões e o Estado para que se reflicta no respeito da Dignidade Humana, bem como na Justiça Social, no Serviço da Igreja à sociedade. Aparece a preocupação das lideranças da Igreja com o seu agir direccionando a sugestões pastorais para a vivência da Campanha da Fraternidade nos diversos locais de culto e nao so como as mesquitas, dioceses, paróquias, Sinagogas e comunidades.

c)    Terceiro, o projecto e a visão social que precisamos de estabelecer devem colocar no centro da sua agenda a importância da dignidade humana, do bem comum e da justiça social. Precisamos de reforçar o papel das Religiões e coloca-la ao Serviço da sociedade. Precisamos de reflectir muito mais o papel das lideranças da Igreja com o seu agir fraterno direccionando sugestões pastorais para a vivência da Campanha da Fraternidade.

Terminamos esta Carta Aberta reiterando que cada um dos crentes das nossas confissões religiosas; Cada um dos membros das nossas comunidades; cada um dos membros das nossas formações políticas; cada um dos membros das nossas instituições públicas ou privadas precisam do amor,da fraternidade, da justiça (social, politica e social, e da concórdia, enfim da INCLUSAO. As nossas confissões religiosas desempenham um papel importante para o alcance destes valores preciosos procurados por todos.

Os nossos crentes, as nossas comunidades, as nossas instituicoes religiosas precisam de encontrar o carácter superior do amor transformado em obras produzidas em favor dos crentes e dos povos. Por isso, cabe a cada de nós, presentes e ausentes deste fórum o compromisso colectivo para a materialização dos anseios colectivos do nosso povo e da nossa patria. Esta patria e de todos, nao devendo haver cidadaos da primeira e cidadaos da segunda!

Sintam-se em casa na paz do Senhor!


PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DA CIDADE DE QUELIMANE

Manuel de Araújo

Monday, August 31, 2015

Carlos Castel Branco, Fernando Veloso e Fernando Mbanze

Repúdio pela tentativa de privação das liberdades de expressão julgamento dos Jornalistas Fernando Mbanze, Fernando Veloso e do Economista Carlos Nuno Castelo-Branco

O Conselho Municipal da Cidade de Quelimane e os Munícipes desta urbe estão acompanhando as informações relativas ao julgamento dos Jornalistas Fernando Mbanze (Editor do Jornal MediaFax), Fernando Veloso (Editor do Jornal Canal de Moçambique) e do Economista e Professor Universitário, Carlos Nuno Castelo-Branco (Investigados no Instituto de Estudos Económicos e Sociais, Professor da Universidade Eduardo Mondlane, de Maputo; investigador associado da SOAS – School of Oriental and African Studies, da Universidade de Londres; e investigador sénior honorário do Institute for Development Policy and Management, em Manchester). Estamos informados que, com base no pressuposto constitucional, que os confere um conjunto de direitos, deveres e liberdades de expressão e de informação, os indiciados escreveram e publicaram nos órgãos de informação um texto no qual condenavam a má governação que satirizava os princípios e valores mais profundos do Estado de Direito Democrático que em 1990 Moçambique comprometeu-se à consolida-lo. O texto daqueles fazedores de informação, hoje transformado em matéria criminal, fazia apelo em favor da paz e que os benefícios do trabalho fluíssem para todos os moçambicanos.

O Conselho Municipal da Cidade de Quelimane e os Munícipes desta urbe entendem que os apelos em favor da protecção dos princípios e valores da moçambicanidade construídos e divulgados pelos autores, hoje arguidos, visavam a correcção das imperfeições e das externalidades políticas e económicas que afectavam a sociedade moçambicana no contexto em que esta confrontava-se com os choques resultantes do ambiente de tensão política que opunha o governo e as forças militares da Renamo, na região centro do país e a onda de raptos instalada nos principais centros urbanos, assim como, a ineficiência da máquina governativa do Estado coinquinada pelos negócios desvantajosos ao Estado, pela corrupção e injustiças na distribuição da renda nacional. Na altura, estes fenómenos desassossegavam os moçambicanos e colocaram em causa a confiança e a legitimidade das instituições do estado e do partido no poder, ao mesmo tempo, carcomia a imagem externa do Estado e retraia os investimentos direito estrangeiro no país.

O Conselho Municipal da Cidade de Quelimane e os Munícipes desta urbe lamentam que as opiniões dos acusados deixaram se ser vistas, por certos sectores, como contribuição em favor da boa-governação, do desenvolvimento e crescimento económico do país, mas sim, como se fosse o abuso de liberdade de imprensa e um crime contra a segurança do Estado. O Conselho Municipal da Cidade de Quelimane e os munícipes desta urbe, apoia-se no artigo 48 da Constituição da República de Moçambique que estabelece que todos os cidadãos têm o direito à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa, bem como, o direito à informação. O texto constitucional admite ainda que o exercício de liberdade de expressão, que compreende nomeadamente, a faculdade de divulgar o próprio pensamento por todas as formas legais, e o exercício do direito à informação não podem ser limitados por censura. Com base nestes mandamentos constitucionais, o Conselho Municipal da Cidade de Quelimane e os Munícipes desta urbe acham anti-lógico o facto de que o gozo da liberdade de expressão e de opinião daqueles cidadãos moçambicanos não tenha sido protegidos pelas instituições da justiça.

Encontramos neste processo-crime um conjunto de vícios que perigam os princípios e valores democráticos consagrados na Constituição da República de Moçambique e nos demais instrumentos normativos para não encontramos os fundamentos legal, jurídico e constitucional que levam ao banco dos réus os cidadãos Fernando Mbanze, Fernando Veloso e Carlos Castelo-Branco. Desconforta-nos a incongruência jurídica que tenta intimidar e julgar jornalistas, académicos, fazedores de opinião pública para justificar que daqueles réus desempenharam papel determinante para a perda de assentos nas Assembleias Municipais (2013), Provinciais e da República (2014).

Por isso, não concordamos que os apelos feitos em favor da boa governação, da paz e da estabilidade política, de uma maior eficiência e eficácia das instituições do Estado, sejam hoje entendidos como se fossem o abuso de liberdade de imprensa e muito menos como se fosse um crime contra a segurança do Estado, como consta nos processos crimes levantados contra aqueles cidadãos moçambicanos. Situando-nos na dimensão política deste julgamento, apelamos aos órgãos da justiça para o entendimento jurídico de que a perda da legitimidade manifesta pela redução da representatividade política também não devem ser confundidos como se fosse o abuso de liberdade de imprensa e um crime contra a segurança do Estado, mas sim, uma alternância natural de poder necessária para a existência e consolidação de qualquer democracia. Por isso, neste julgamento devemos reconhecer a existência de sectores irritáveis pela redução e perda do poder políticos em 2013 e 2014. Esses sectores temem que sejam responsabilizados dentro dos seus partidos políticos pelo seu fraco desempenho eleitoral. Por isso, procuram identificar falsos causadores da derrota e responsabiliza-los criminalmente por fundamentos que não encontram enquadramentos jurídicos. Não existindo um fundamento jurídico-legal favorável a criminalização daqueles réus, é nesta dimensão política onde encontramos as reais causas deste processo-crime.

Em estreito respeito da Constituição e da doutrina jurídica, o Conselho Municipal da Cidade de Quelimane e os seus munícipes manifestam seu repúdio com relação ao julgamento dos jornalistas Fernando Mbanze e Fernando Veloso, assim como, do Economista e respeitado académico Professor Doutor Carlos Nuno Castelo-Branco. Por isso, em prol da consolidação da democracia moçambicana, da confiança das instituições da justiça em Moçambique, para a legitimação do Estado e da classe dirigente, apelamos a anulação imediata do processo-crime com índole político levantado contra os réus Fernando Mbanze, Fernando Veloso e do Académico e Economista Carlos Nuno Castela Branco.

Manuel de Araújo,
Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Quelimane

Saturday, August 29, 2015

Committee to Protect Journalists Statement

Journalist shot dead in Mozambique



New York, August 28, 2015-An unidentified gunman shot dead a Mozambican journalist who was out jogging in the capital city of Maputo early today, according to news reports . Paulo Machava was the publisher of the news website Diario de Noticias and had worked with Rádio Moçambique and  the weekly Savana, according to reports . Machava was also involved in a campaign supporting an economist and two reporters who are being tried for defamation, thestate news agency said . The economist had criticized former PresidentArmando Guebuza and the reporters had republished the criticism.

"We are appalled by the brazen murder of Paulo Machava and call on authorities to investigate the crime efficiently, identify the motive, and prosecute the killers," said CPJ Africa Program Coordinator Sue Valentine. "Machava's murder has no place in a country striving to build a democracy that two decades ago emerged from civil conflict."

CPJ has documented the killing of only one journalist indirect
relation to his work since the organization began keeping records in 1992. In November 2000, CarlosCardoso , editor of the daily newsletter Metical, was gunned down inMaputo outside his office after the outlet published an investigation into alleged corruption at a major Mozambican bank. In 2003, six men were convicted for the murder,including one, Anibal dos Santo sJunior, who was sentenced to 30 years, according to newsreports . The son of former President Joaquim Chissanowas charged as the mastermind but died before the trial.


·          For data and analysis on Mozambique,visit CPJ's Mozambique page .

CPJ is an independent, nonprofit organization that works to safeguard press freedom worldwide.
Committee to Protect Journalists Statement

Journalist shot dead in Mozambique



New York, August 28, 2015-An unidentified gunman shot dead a Mozambican journalist who was out jogging in the capital city of Maputo early today, according to news reports . Paulo Machava was the publisher of the news website Diario de Noticias and had worked with Rádio Moçambique and  the weekly Savana, according to reports . Machava was also involved in a campaign supporting an economist and two reporters who are being tried for defamation, thestate news agency said . The economist had criticized former PresidentArmando Guebuza and the reporters had republished the criticism.

"We are appalled by the brazen murder of Paulo Machava and call on authorities to investigate the crime efficiently, identify the motive, and prosecute the killers," said CPJ Africa Program Coordinator Sue Valentine. "Machava's murder has no place in a country striving to build a democracy that two decades ago emerged from civil conflict."

CPJ has documented the killing of only one journalist indirect
relation to his work since the organization began keeping records in 1992. In November 2000, CarlosCardoso , editor of the daily newsletter Metical, was gunned down inMaputo outside his office after the outlet published an investigation into alleged corruption at a major Mozambican bank. In 2003, six men were convicted for the murder,including one, Anibal dos Santo sJunior, who was sentenced to 30 years, according to newsreports . The son of former President Joaquim Chissanowas charged as the mastermind but died before the trial.


·          For data and analysis on Mozambique,visit CPJ's Mozambique page .

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Thursday, August 20, 2015

Quelimane Capital da Cultura!

No ambito das celebracoes dos 73 anos de elevacao de Quelimane a
categoria de Cidade, foram lancadas ontem no Salao Nobre do Concelho
Municipal da Cidade de Quelimane, capital provincial da Zambezia,
cinco obras literarias. Trata-se das obras 'A Ciencia de Deus e o Sexo
das Borboletas' e a 'A Flauta do Oriente' de Daniel da Costa, 'O
curandeiro contratado pelo meu edil' e 'A adubada Fecundidade E outros
contos'  de Dany Wambire e 'Almas em Tacitas' de Lino Mukurruza.
Daniel da Costa reside na Cidade de Tete, Dany Wambire na Cidade da
Beira e lino mukurruza na cidade de Lichinga.

No Sabado, dia 22 de Agosto, sera lancada a obra 'Pneu em chamas' do
escritor Jorge de Oliveira.

Tuesday, May 26, 2015

Quelimane Internacionaliza-se! Marca Quelimane Rumo aos Bons Sinais escala Europa!

Terminada a fase regional com a atribuicao ao Municipio de Quelimane do primeiro lugar do premio sobre 'Boa Governacao' pelo semanario Sul Africano The Mail and Guardian e da Southern Africa Trust, Quelimane continua a sua marcha historica rumo a internacionalizacao da sua marca 'Quelimane Rumo aos Bons Sinais'!

De facto, depois de varios anos de 'esquecimento' a cidade vai ganhando aos poucos a sua visibilidade, vitalidade e quica o seu encanto! Depois da melhoria das condicoes de saneamento e salubridade, da transitabilidade das vias de acesso na parte urbana e mais recentemente na parte sub-urbana da urbe, da introducao da sinalizacao horizontal e vertical, Quelimane inaugurou no preterito fim de semana dois autocarros que farao as rotas Quelimane - Licuar e Quelimane - Zalala, melhorando sobremaneira as condicoes em que os municipes viajavam dentro e fora da urbe.

Ainda na semana finda a Urbe recebeu um visitante  de honra, nada mais e nada menos que o Embaixador dos EUA em Mocambique, Douglas Griffiths,  que no  seu jeito caracteristico, quebrou as regras protocolares e 'pedalou' varios kms ao lado dos taxistas urbe!

Uma vez que a batalha da recuperacao da urbe nao se faz so na arena domestica, o Edil de Quelimane, acompanhado por dois tecnicos o municipio, Eng. Joao de Brito, Director para o Meio Ambiente e Mudancas Climaticas e Nicole Dinis, Arquitecta afecta ao Departamento de Planeamento Urbano, visitou o Municipio de Ethekwini, Durban para troca de expeciencias referentes a area do ambiente e das mudancas climaticas. Refira-se que Durban esta na vanguarda a participacao municipal em questoes ambientais, tendo sido palco em 2011 da Cimeira Mundial sobre Mudancas Climaticas.

Na senda da internacionalizacao da marca "Quelimane Rumo aos Bons Sinais" o edil de Quelimane fara uma tourne pela Europa onde 'vendera' a marca em varios foruns internacionais no intuito nao so de atrair investidores  como tambem de cimentar parcerias com outras cidades e instituicoes internacionais que levem a uma maior participacao  de Quelimane em assuntos internacionais  e nos processos de globalizacao. Assim o edil participara na reuniao anual da associacao das Cidades Portuarias a ter lugar em Dublin, Irlanda. A participacao neste forum tem em vista a promocao de 'Quelimane' como cidade portuaria tendo em conta o potencial que esta urbe possui pois encontra-se a escassos 400 kms da fronteira com a Republica do Malawi e da bacia carbonifera de Moatize, para alem de estar a menos de 200 kms da Zona Economica Especial de Mocuba! A recuperacao da imagem de Quelimane como cidade portuaria e uma das prioridades do actual elenco municipal. Um porto competitivo a niver regional e uma vantagem competitiva que concorre para a atraccao de investimentos, fortalecimento do sector privado e criacao de empregos.

Em seguida, o edil participara em varios encontros em Helsinki, capital da Finlandia e no Municipio de Lapperanta. Em Lapperanta para alem dos encontros com a edilidade local, estao confirmados  reunioes de trabalho com a Universidade Local com o objectivo de impulsionar o projecto de transformacao de residuos solidos (lixo) em energia e em compostos para a producao de materiais de construcao resistentes as mudancas climaticas e as chuvas. Refera-se que este projecto surge devido as dificuldades que as autoridades municipais enfrentam na aquisicao de um espaco para o deposito de residuos solidos.

De Helsinki o edil de Quelimane desloca-se a Bona, Republica Federal da Alemanha,  na companhia do Assessor para a Aministracao Publica, Fernando Pequenino, para apresentar a experiencia de Quelimane na gestao dos efeitos das mudancas climaticas no 5o Forum Global sobre Resiliencia e Adaptacao Climatica.

A etapa final desta fase da internacionalizacao da marca 'Quelimane Rumo aos Bons Sinais' decorerra em Lisboa onde o Edil participara em tres foruns: Feira Agricola de Santarem, Parlamento Portugues e no Forum Estoril da Universidade Catolica Portuguesa.

MA participa na Feira de Santarem a convite da Associacao dos Empresarios da Regiao de Santarem (NERSANT), que recentemente visitou a cidade de Quelimanea a procura de parcerias. Nesta feira o edil de Quelimane faz-se acompanhar de dois empresarios da Cidade de Quelimane, nomeadamente, o Presidente da Associacao Comercial e Industrial da Zambezia (ACIZA), Inusso Ismael e o empresario  Ramos.

De 14 a 15 de Junho, em Lisboa, De Araujo participa a convite o Parlamento Portugues e do Forum Parlamentar para Armas Ligeiras e de Pequeno Portecom sede em Estocolmo, Suecia na sessao de formacao de parlamentares dos Paises Africanos de Lingua Portuguesa sobre o 'Reforco da Aplicacao do Tratado do Comercio de Armas'.

E no dia 24 de Junho, o edil de Quelimane apresenta no Forum Estoril da Universidade Catolica Portuguesa, o tema 'Africa, um continente em Ascensao?' no ambito da celebracao os 800 anos da Proclamacao da Carta Magna: Lei, Liberdade e Poder', onde fara uma resenha sobre a trajectoria de lutas e do processo de consolidacao estado de direito democratico em Africa, com especial atencao para o processo de expansao e democratizacao no municipio de Quelimane, consubstanciado no periodo entre as eleicoes intercalares de 2011, passando pelas elecoes autarquicas de 2013 e as presiddenciais e legislativas de 2014 ao 'presente incerto', provocado pela instabilidade politico-militar.

Saturday, May 23, 2015

Carta Aberta ao Ministro dos Transportes e Comunicacoes, Carlos Mesquita

Sua Excia Senhor Ministro dos Transportes e Comunicaco,

Carlos Mesquita,

Excia,

Escrevo-lhe para informar que vou reactivar o meu blogue, www.fimdomonopoliodalam.blogspot.com no intuito de partilhar as experiencias que os utentes da companhia de bandeira possam partilhar as suas experiencias no sentido de ajudar a melhorar os servicos da companhia e quem sabe tambem ajude  a acabar com o monopolio desta companhia, razao fundamental, a nosso modesto ver, da sua ma performance!



Apesar de possuir profissionais de grande calibre, os servicos prestados pelas nossas Linhas Aereas de Mocambique deixam a desejar: sao avarias constantes que deixam os utentes 'literalmente pendurados', sao 'antecipacoes de voos' sem aviso previo, sao atrasos sem explicacao plausivel, sao voos que deveriam sair num dia e so saem no dia seguinte e invariavelmente quem arca com as consequencias somos nos que pagamos os bilhetes!

Por razoes profissionais, desloquei-me a Durban. Na ultima Quarta feira, dia 21 de Maio 2015, fiz o voo de regresso Durban-Maputo, saindo de Durban no voo da AirLink, pontualmente com a chegada prevista para
as 11.30, se a memoria nao me trai. Apesar de o aeroporto ter sido encerrado por mais de duas horas (sera necessario encerrar um aeroporto por duas horas, para receber um Presidente de um pais 'non-grato', que como se nao bastasse o facto de termos destruido o nosso pais para ajudar este pais a libertar-se do apartheir, ainda por cima seus concidadaos ingratos matam inocentemente nossos cidadaos, escorracam-nos do se pais e a policia prende, maltrata nossos concidadaos! Mas isso e pano para outra manga!

Dizia eu que o aeroporto foi encerrado por duas horas, pelo que sei porque o famoso lider nao chegou a hora marcada, fazendo o nosso Presidente ao que me consta 'apanhar seca! Essa do Presidente Nyussi apanhar seca comeca a ser norma! Apanhou com o Lider da Renamo e desta vez parece que apanhou tambem com o seu homologo sul africano, o que nada abona, pelo menos na segunda hipotese a nossa 'auto-estima'!

Chegados a Maputo fiz-me a cidade, pois tinha algumas reunioes programadas e cerca das 14.00 horas mandei fazer o check in! Qual nao foi o meu espanto!: o meu voo havia sido antecipado em mais de 7 horas ou seja para as 10.00 horas!

Nao acreditei! Que raio de eficiencia e essa? E porque e que nao informaram ao passageiro, a agencia que comprou o bilhete, a COTUR ou a instituicao que mandou comprar os bilhetes neste caso a Chemionics? Porque tinha um compromisso inadiavel no dia seguinte as 11.15 minutos em Quelimane, pensei em apanhar o voo para Nampula! naquele dia para meu azar todos os voos a Nampula ja haviam partido! A unica solucao era voar para Beira e depois fazer mais de 1000 kms em 09.00 horas de carro numa estrada Nacional que a nossa vergonha nacional por falta de manutencao!

Para a Beira so havia um voo as 19.00 horas que felizmente saiu a horas! As 20.15, num voo sem turbulencias cheguei a Beira e de la iniciei a turbulenta viagem de regresso a casa que iniciou as 02.30 da manha e so terminou as 10.00 horas com todos os riscos a isso associados!

A pergunta que faco e simples: ate quando o monopolio das Linhas Aereas de Mocambique na
na espinha dorsal- Maputo-Beira-Quelimane-Nampula-Pemba? Qe medidas Excia estara a tomar para que o sofrimento dos mocambicanos com os maus servicos da LAM termine?

E mais nao disse!

Manuel de Araujo